A ex-deputada federal Flordelis dos Santos de Souza relatou, em avaliação psicológica e psiquiátrica, alucinações e pesadelos. Flordelis está presa desde agosto de 2021, sob acusação de ter sido a mandante do assassinato do marido, Anderson do Carmo.
A pastora foi avaliada no Hospital Penal Psiquiátrico Roberto Medeiros, no Complexo de Gericinó, a pedido de seus advogados. “O quadro atual, no que cabe informar a partir deste exame, é de estabilidade emocional. As referências a crises convulsivas carecem de avaliação neurológica, podendo corresponder a episódios dissociativos. Os fenômenos alucinatórios descritos, no meu entender não requerem no momento abordagem medicamentosa diversa da que já faz uso. Entretanto, cabe que seja reavaliada ambulatorialmente, conquanto não haja indicação para que permaneça em regime de internação psiquiátrica, de modo que retornará a sua unidade de origem”, atestou o laudo psiquiátrico.
De acordo com o psicólogo Marcos José de Souza Martins e o psiquiatra Mauro Acselrad, não há motivos para que a ex-parlamentar ficasse internada na unidade psiquiátrica.
Laudos obtidos pelo O Globo apontaram que Flordelis relatou “escuta alucinatória eventual de longa data”, além de ouvir gritos e a própria voz, mas ressalta não ser certo “tratar-se de alucinações genuínas”.
O psiquiatra ainda acrescenta que a ex-deputada cita outros problemas, descritos como “reflexos de imagens”, “flashbacks” e pesadelos que teriam se agravado com a prisão. Flordelis atribui o quadro ao fato de estar mais isolada e ociosa.
Aos profissionais, Flordelis relatou ainda que teve perda de memória e só se recorda de episódios ocorridos há 29 anos, quando começou a acolher crianças e adolescentes em sua casa na favela do Jacarezinho.
Sobre as condições gerais de Flordelis, o psiquiatra atestou ainda que a pastora “Discorre com fluidez acerca dos temas arguidos, demonstrando lucidez, clareza de consciência e orientação global”. Já o psicólogo analisou que a ex-deputada “fala de maneira organizada e coerente, com boa articulação verbal”, além de portar-se de maneira cordial.
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