Um atirador desportivo foi preso na tarde desta quinta-feira (18), na Grande São Paulo, sob suspeita de repassar a integrantes da facção PCC armas e munições compradas legalmente com a autorização do Exército.
Segundo a Polícia Civil, o suspeito confessou o crime e declarou que, após a entrega do armamento, registraria na polícia falsa queixa de furto ou roubo, para justificar o extravio do material, como já havia feito antes em julho deste ano.
Nesta sexta (19), a Justiça converteu a prisão deles em preventiva, sem prazo definido. Contatado pela reportagem, o advogado Alex Carvalho afirmou que "os rapazes são inocentes, e serão juntados documentos nos autos que irá provar a inocência deles".
A prisão em flagrante ocorreu em uma rua de Osasco (Grande SP) quando o atirador, Luís Felipe de Araújo Pereira, 28, repassava um conjunto de munições do veículo dele para o carro do irmão, Sérgio Murilo Araújo Pereira, 24, suspeito de ligação com a facção criminosa, conforme a polícia. Sérgio tem antecedentes criminais por porte ilegal de armas.
Com eles foram apreendidos 700 cartuchos de fuzil de calibre 556, outras 41 munições calibre 9 mm, colete a prova de balas e uma série de documentos como registro junto ao Exército como CAC (caçador, atirador e colecionador), comprovante de compra de munições e guias de tráfego de quatro armas.
Conforme a versão oficial, inicialmente o atirador disse aos policiais que estava a caminho de um estande de tiros. Teria partido de Cajuru, a 298 km de distância da capital, apenas para praticar do esporte. O irmão dele mora em São Paulo, por isso teriam se encontrado.
Como não conseguiram informar o nome do estande para onde iriam, diz a polícia, os dois suspeitos teriam confessado o repasse de armas com o PCC.
Segundo o delegado Reinaldo Vicente Castello, titular do 33º DP (Pirituba), o CAC vinha sendo investigado desde o início do mês quando os policiais, durante a prisão de uma quadrilha especializada em golpes com Pix, receberam informações sobre o comércio de armas.
Entre as informações recebidas estava o nome do CAC de Cajuru que, em 28 de julho deste ano, registrou boletim de ocorrência do furto de um fuzil 556 e uma espingarda calibre 12. A partir daí, os investigadores passaram a monitorá-lo e aguardar sobre próxima ida a São Paulo para fazer a abordagem.
Também havia notas fiscais de compra de 5.000 munições para cada um desses calibres, totalizando 20 mil unidades, o que leva a polícia a acreditar que a quantidade de munição supostamente repassada ao PCC seja maior.
Além do 33º DP, policiais do Denarc também investigam a compra de armas e munições pelo PCC via CACs. Na semana passada, equipes do departamento de combate ao narcotráfico fizeram operação conjunto com homens do Exército. (Via: Folhapress)
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