Dois segmentos de eleitores podem explicar o crescimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) em comparação ao ex-presidente Lula (PT) na pesquisa Datafolha, divulgada na última quinta-feira (18).
Bolsonaro teria recuperado o fôlego entre os evangélicos, grupo que o ajudou se eleger em 2018, e também entre os eleitores de renda intermediária, de dois a cinco salários mínimos mensais.
De acordo com o levantamento, Bolsonaro atingiu 49% na preferência do grupo religioso, um crescimento de seis pontos percentuais em relação à última pesquisa, realizada em julho. Lula tem 32% dos votos, uma oscilação negativa de um ponto. A vantagem do presidente passou, portanto, de 10 para 17 pontos.
A liderança de Bolsonaro entre evangélicos é compensada, por outro lado, pela vantagem de Lula entre os católicos. Neste grupo, o petista tem 52% a 27% no primeiro turno. Os católicos são a maior fatia do eleitorado do ponto de vista religioso: cerca de 50% dos brasileiros, enquanto os evangélicos respondem por aproximadamente 25% dos brasileiros.
No recorte por renda, enquanto manteve o desempenho entre os eleitores mais pobres, com renda de até dois salários mínimos, Bolsonaro cresceu sete pontos na faixa que recebe de dois a cinco salários mínimos. O atual presidente agora tem 41% das intenções de voto no primeiro turno nesse segmento, contra 38% de Lula, com quem está empatado tecnicamente. Bolsonaro reduziu também a sua rejeição nesse grupo de eleitores, de 50% para 45%.
Já Lula, por outro lado, avançou entre os mais ricos. O petista tem 40% entre os eleitores com renda acima de 10 salários mínimos, ante 33% no levantamento anterior. Já as intenções de voto em Bolsonaro oscilaram para 43%, na margem de erro.
Houve avanço também no cenário de segundo turno. Se antes Lula vencia Bolsonaro por 50% a 40% nessa faixa do eleitorado, o novo levantamento mostra os dois em empate técnico. Bolsonaro tem 47% contra 45% de Lula.
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