O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) participou de um evento conservador na Flórida (EUA), na terça-feira (31), e foi questionado pelo jornal italiano Corriere Della Serra sobre o processo para ter cidadania do país europeu. O assunto tem mobilizado políticos e veículos de imprensa na Itália desde os atos golpistas do dia 8 de janeiro.
"Sou italiano. Meu nome é Bolsonaro, meus avós eram de Pádua. Pela lei do seu país, sou italiano. Com pouquíssima burocracia, eu teria plena cidadania", disse o ex-presidente a jornalista italiana.
O deputado federal Eduardo Bolsonaro e o senador Flávio Bolsonaro deram entrada no pedido em meados de 2020, de acordo com o Ministério das Relações Exteriores da Itália. O avô do ex-presidente nasceu na cidade Anguillara, no Nordeste da Itália, o que faz de Jair Bolsonaro e seus herdeiros aptos para a dupla cidadania.
O parlamentar Angelo Bonelli, do partido Europa Verde, disse que "seria um grande problema para a república italiana porque diante dos acontecimentos não pode haver incerteza de não dar a cidadania italiana à família Bolsonaro, sobre quem tramitam processos judiciais na Justiça brasileira".
Em novembro de 2021, durante uma viagem ao país europeu, Bolsonaro foi contemplado com uma cidadania honorária da localidade de Angillera, terra natal de seus antepassados, pela prefeita Alessandra Busoso, filiada ao partido de extrema-direita Lega Nord. O argumento utilizado para justificar a honraria foi que seria um gesto de homenagem a todos os descendentes de italianos no Brasil.
Na época, a honraria foi alvo de críticas da oposição à esquerda na região. A probabilidade da cidadania honorária ser revogada voltou a ser levantada por políticos de Pádua em janeiro. A decisão de rever a homenagem é de responsabilidade da cidade de Anguillera.
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