A 'frente suprapartidária em defesa da democracia' encabeçada por Lula para vencer as eleições presidenciais terá uma conta alta. Negociar com integrantes do Centrão e manter a base satisfeita é tarefa árdua que deixará o petista entre a cruz e a espada da militância.
A Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), estatal entregue na gestão de Jair Bolsonaro (PL) ao centrão em troca de apoio, é o órgão mais cobiçado.
Para acomodar os integrantes da frente suprapartidária, Lula mantém parentes de líderes do Centrão no comando da estatal, que já é investigada por suspeita de corrupção em obras de pavimentação.
Entre eles está João José Pereira Filho, conhecido como Joãozinho, primo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP), João José Pereira Filho, conhecido como Joãozinho, continua no comando da superintendência da estatal em Alagoas.
Condenado pela Justiça por mau uso de recursos públicos quando foi prefeito de Teotônio Vilela (AL), Joãozinho está com os bens bloqueados. Segundo informações do O Globo, familiares do senador Ciro Nogueira (PP-PI), do deputado Hugo Motta (Republicanos-PB) e do ex-senador Elmano Férrer também seguem com postos na empresa.
A permanência do primo como superintendente da Codevasf é um dos pleitos de Lira. Além disso, há um acordo feito pelo atual governo prevê que a presidência da Codevasf seguirá com um indicado do deputado Elmar Nascimento (União-BA), aliado próximo de Lira.
A estatal também esteve na mira de órgãos de controle, como a Controladoria-Geral da União (CGU), nos últimos anos, devido a acusações de irregularidades, como superfaturamento e direcionamento político.
Ainda de acordo com o Globo, Ciro Nogueira também apadrinhou a nomeação da irmã, Juliana e Silva Nogueira Lima, para o cargo de assessora da presidência da Codevasf, com salário de R$ 19,1 mil. O mesmo fez o ex-senador Elmano Férrer (PP), que emplacou o filho, Leonardo Fortes Férrer de Almeida, como chefe de ouvidoria da empresa, também com salário de R$ 19,1 mil.
Em resposta ao O Globo, a Codevasf disse que “as nomeações em cargos de comissão observam requisitos técnicos e legais” e registrou que a empresa “veda expressamente a prática de nepotismo”.
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