Depois que a polícia da Espanha ter anunciado a prisão de sete pessoas envolvidas em um caso de racismo contra o atacante brasileiro Vinicius Junior, o ministro da Justiça, Flávio Dino, voltou atrás e disse que não será preciso o "debate sobre extraterritorialidade".
Na última segunda-feira (22), Dino revelou que estava analisando a possibilidade de adotar um dispositivo do Código Penal brasileiro, se as autoridades espanholas não adotassem providências.
O ministro adotava um discurso de que iria recorrer ao "princípio da extraterritorialidade", que prevê que a lei brasileira seja aplicada em casos "excepcionais" de crimes cometidos contra brasileiros no exterior. Para justificar a ação, Dino apontava para a gravidade do episódio e disse que o jogador do Real Madrid é alvo de "perseguição".
De acordo com a Polícia da Espanha, sete torcedores foram presos, três deles estão ligados aos insultos racistas na partida entre Valencia e Real Madrid, e os outros quatro pela simulação de enforcamento com um boneco que usava a camisa de Vini Jr em janeiro deste ano.
O caso
Vinicius Junior foi alvo de atos racistas no último domingo (21) durante o confronto entre Valencia e Real Madrid. A partir dos 15 minutos do segundo tempo, torcedores do Valencia começaram a gritar "mono" ("macaco" em espanhol) no momento em que o brasileiro esteve perto da lateral.
Após aproximadamente dez minutos do início dos gritos racistas, o árbitro interrompeu o jogo por cinco minutos. Na oportunidade, foi preciso que o locutor do estádio pedisse para que a torcida parasse. Caso contrário, a partida seria encerrada.
Durante a paralisação, Vinicius Junior discutiu com os torcedores do Valencia e acabou sendo expulso pouco tempo depois ao se envolver com uma discussão com o goleiro adversário.
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