A Polícia Federal desarticulou esta semana parte de uma quadrilha que movimentava milhões de reais com a venda ilegal de cigarros no Rio de Janeiro. Segundo as investigações, o grupo mantinha um “núcleo de segurança” formado por policiais militares de diferentes batalhões do estado. Entre os presos está José Eduardo Neves Cabral, filho do ex-governador Sérgio Cabral.
José Eduardo é acusado de fazer parte de uma organização criminosa que causou um prejuízo de R$ 2 bilhões para a União. Tanto dinheiro é fruto da sonegação de impostos com a venda ilegal de cigarros. O esquema envolve ameaças, violência, pagamento de propina e conta com a participação de policiais.
A organização criminosa, segundo os investigadores da operação Smoke Free, é conhecida como “Banca da Grande Rio”, por causa do nome da escola de samba de Caxias e do vínculo de alguns investigados com integrantes da escola.
Adilson Oliveira é primo de Hélio Ribeiro de Oliveira, o Helinho, presidente de honra da Grande Rio. Mas a escola de samba não foi alvo da operação.
Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, fica a fabricante de cigarros Sulamericana. E Adilson Oliveira é um dos administradores. Lá, são produzidos os cigarros da marca Club One. Também em Caxias opera outra empresa ligada à organização: a Adiloc, uma distribuidora de cigarros de Adilson Oliveira.
No topo do esquema está Adilsinho. Zé Cabral, o filho do ex-governador Sérgio Cabral, era um dos gerentes da quadrilha.
As mensagens de texto abaixo foram enviadas por Zé Cabral para Adilsinho e mostram que o filho do ex-governador estava bem satisfeito com a parceria na organização criminosa:
- Zé Cabral diz: “Você ganhou um fã e soldado de verdade”.
- “Você é sujeito homem na essência da palavra. Do mesmo jeito que eu aprendi. Maior honra estar convivendo com você”.
Segundo a Polícia, Zé Cabral fazia pagamentos, emitia notas fiscais falsas, determinava que seguranças extorquíssem dinheiro e ameaçassem comerciantes, ocultava e dissimulava valores, além de enviar dinheiro ao exterior. Um rendimento que chegava a R$ 1,5 milhão por mês.
A defesa de José Neves Cabral disse que as acusações são absurdas e que a sua inocência ficará provada.
O advogado de Adilson Oliveira informou que ele sempre atuou licitamente na distribuição de cigarros de comercialização autorizada pela Anvisa e que é inverídica a sua vinculação com qualquer organização criminosa e venda de cigarros contrabandeados.
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