Presa por matar o noivo com um tiro no rosto dentro de um motel e roubar uma kombi escolar, a modelo Marcella Ellen Martins, 31 anos, é bacharel em direito e não tinha histórico de violência ou passagens pela polícia antes do crime. O caso aconteceu um dia antes do casamento civil com seu até então noivo, Jordan Lombardi, de 39 anos, no Entorno do Distrito Federal.
A modelo viajava bastante com Jordan, e através do Instagram, publicava fotos em diversas regiões como a França, as Ilhas Maldivas e Dubai. Marcella já reunia mais de 50 mil seguidores nas redes sociais e chegou a fazer publicidade para marcas de cosméticos.
De acordo com seu advogado, Johnny Cleik Rocha da Silva, a jovem vem de uma família de classe média e morava em Riacho Fundo I, no Distrito Federal. Ela se formou em direito, mas sempre sonhou em ser modelo.
Depois de terminar o último relacionamento, Marcella decidiu se mudar para São Paulo e tentar a vida como modelo, onde conheceu o empresário Jordan, sócio de uma empresa que presta consultoria internacional no mercado financeiro.
Poucos meses antes da cerimônia, o casal iniciou uma briga que se estendeu até a fatídica noite. Marcella estava com Jordan e a enteada, de apenas 3 anos, quando a menina relatou que foi estuprada por uma pessoa próxima ao empresário. A modelo alega que se indignou com o relato porque também sofreu abuso sexual na infância. Ela passou a cobrar uma atitude de Jordan e queria que ele denunciasse o caso à Polícia Civil.
O advogado contou que o empresário tinha uma situação financeira bastante confortável. A empresa lhe rendia, anualmente, cerca de R$ 2 milhões. O carro que Marcella usou para fugir do motel, um Audi Q7, ano 2021, avaliado em R$ 400 mil, foi um presente dado por Jordan.
Johnny afirmou que o casal era apaixonado e ia celebrar a união em uma casa luxuosa no Distrito Federal, alugada por R$ 150 mil.
Além disso, Johnny alegou que Marcella atirou em legítima defesa após ser agredida pelo noivo durante uma discussão. Também haverá um pedido de relaxamento da prisão, que ocorre quando há uma prisão ilegal, e o preso, caso o magistrado constate a ilegalidade, deve ser solto imediatamente.
A mulher confessou o crime à Polícia Civil de Goiás (PCGO) e a defesa da autora confirmou que ela e a vítima utilizaram entorpecentes ─ como cocaína, maconha e ecstasy. Além disso, também em relato, Marcella diz ter contratado um garoto de programa por R$5 mil na noite do crime, e que ele foi embora após ser agredido por Jordan e ter visto as discussões do casal.
O advogado afirmou que a arma foi comprada de forma clandestina em São Paulo. Jordan, após a denúncia da filha e a cobrança da noiva, decidiu resolver o problema por conta própria, já que não iria denunciar o suspeito à polícia.
"Provavelmente ele queria matar o abusador da filha, mas acabou não fazendo isso. A Marcella contou que ele foi até a casa da pessoa e fez ameaças, atirou para o alto, mas foi embora", explicou o advogado.
Marcella foi encontrada com um revólver calibre 38, com balas deflagradas e intactas no tambor pela polícia após fugir da cena do crime. A motivação do homicídio, segundo a modelo, foi que o noivo não quis denunciar à Polícia Civil de São Paulo um possível crime de estupro de vulnerável contra a própria filha, e disse que o padrasto da menina teria cometido o estupro.
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