A mulher que acusa o lateral brasileiro Daniel Alves de estupro não tem conseguido dormir desde o dia do crime. A advogada da vítima, Ester Garcia López, deu entrevista comentando sobre a rotina da moça, que tem 23 anos, desde que o caso, que aconteceu na Espanha, explodiu. Daniel Alves está preso preventivamente na Catalunha desde a última sexta-feira (20).
Durante entrevista ao UOL, a advogada espanhola narrou o momento em que a mulher a contatou pela primeira vez. "Ela me olhou e disse: 'Ester, eu tenho a sorte de ter boas condições de vida, e não quero indenização, quero prisão'. Eu disse que ela tinha direito, apesar de não querer, mas ela permaneceu contundente. 'Se tiver dinheiro de indenização envolvido, eu não vou contratar você'", contou.
A moça passa por tratamento psiquiátrico, e feito uso de antivirais para evitar infecções sexualmente transmissíveis -uma vez que, ainda de acordo com Ester, Daniel Alves não teria usado camisinha durante o estupro.
O principal desafio da advogada tem sido distanciar a mulher dos noticiários. O caso ganhou repercussão em todo o mundo e é acompanhado de perto pela imprensa internacional.
Segundo a advogada, o caso tem mais indícios do que o comum. Muito por conta da ação da mulher, que logo após o estupro tera deixado a boate onde o caso aconteceu e foi para uma ambulância.
"Há muitas vezes que as mulheres demoram 15 dias, um, dois meses para denunciar. Com isso, muitas provas desaparecem: já não há roupas íntimas, já não se pode fazer o protocolo de qualquer hospital de coleta de DNA. No mesmo dia dos fatos, essa mulher foi atendida. Ela não denunciou no mesmo dia, mas os policiais já começaram a trabalhar naquela mesma madrugada. Isso é muito importante", afirma.
Ela passa por apoio psicológico e tem um tratamento farmacológico com ansiolíticos para poder dormir. A vítima tem muito medo de ser identificada e tenta evitar exposição.
"Estamos tentando, também, que ela fique o mais afastada possível de meios de comunicação, que não veja TV ou escute nada, para não se abalar, mas é difícil. O caso está em todas as TVs por ele ser o personagem que é", afirma.
A prisão preventiva de Daniel Alves, explica a advogada, aconteceu por três fatores. Primeiramente, os indícios ue permitiriam atribuir um suposto delito de agressão sexual, com pena de até 12 anos de prisão.
Além disso, os depoimentos de Daniel Alves apresentaram contradições, diferente da acusadora. O risco de fuga de Daniel Alves também pesou na decisão: ele tem dupla cidadania e uma capacidade financeira grande para sair do país sem qualquer dificuldade.
"O terceiro motivo foi proteger os bens pessoais da nossa cliente. Preservar a sua identidade e que não houvesse uma obstrução à Justiça", aponta.
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