Estudante da USP Alicia Dudy Muller Veiga, que confessou ter desviado R$ 937 mil da comissão de formatura de sua turma, trancou o curso de Medicina no último dia 24 de janeiro.
A informação foi confirmada pela FMUSP (Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo).
Alicia já confessou à polícia que desviou R$ 937 mil da formatura e que usou parte do dinheiro em benefício próprio.
Além de um carro avaliado em R$ 120 mil, a polícia apreendeu três cartões de crédito, um HD, um tablet avaliado em R$ 6.000, dois celulares e um notebook. O iPhone era alugado por R$ 3.000 por ano.
O MPSP acredita que Alicia se enquadra no artigo 171 do Código Penal, que consiste na prática de golpes.
Neste caso, a pena varia de um a cinco anos de prisão. Já a polícia considerou que a estudante cometeu nove vezes o crime de apropriação indébita.
Com pena prevista de um a quatro anos por cada crime, ela poderia ser condenada a até 36 anos de prisão. Diferentemente do que ocorre na apropriação indébita, no estelionato a lei exige que as vítimas façam uma "representação criminal".
Por essa razão, o promotor devolveu o inquérito à polícia para que os alunos prejudicados se apresentem e deixem explícito o desejo de ver a punição de Alicia, para discriminar "o prejuízo suportado por cada um deles". O MP discordou do pedido de prisão preventiva feito pela Polícia Civil.
ADVOGADO DE ALICIA CONTESTA
À reportagem, o advogado de Alicia, Sérgio Ricardo Stocco Giolo, disse que agora é "aguardar as novas diligências" e protestou contra o pedido de prisão preventiva, que só poderia ser solicitada em caso "excepcional".
"Os fundamentos apresentados são vagos e por isso não são válidos para justificar o pedido da prisão preventiva, porque nada dizem sobre a real periculosidade da acusada", declarou o advogado.
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