O vice-presidente da República e senador eleito, Hamilton Mourão (Republicanos), detonou a chamada PEC (Proposta de Emenda à Constituição) da Transição proposta pela equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Após reunião, na quinta-feira (3), a equipe de transição de Lula, coordenada pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin (PSB), e o relator-geral do Orçamento, senador Marcelo Castro (MDB-PI), anunciaram, de acordo com o Correio Braziliense, que vão preparar uma PEC para excluir áreas estratégicas do Orçamento do teto de gastos, como o Auxílio Brasil e a saúde.
Ainda não há um valor total para a proposta, mas apenas para garantir o Auxílio Brasil de R$ 600 é preciso R$ 70 bilhões a mais do que já está definido na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) enviada ao Congresso pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
Para o número 2 do atual governo, que acaba em 31 de dezembro deste ano, o plano econômico do petista visa fazer "um estupro no orçamento".
“Agora, ele [Lula] tem um pepinaço para descascar, não é? Governar o Brasil não é uma coisa simples. Já estou vendo aí que estão fazendo um movimento no Congresso para fazer um estupro no Orçamento de R$ 200 bilhões. É um problemão que ele tem pela frente”, declarou o senador eleito, em entrevista à Rádio Gaúcha, na quinta-feira (3).
Nas redes sociais, o fututo parlamentar praticamente disse a mesma coisa, trocando apenas a palavra "estupro" por "rombo".
"O futuro governo do @LulaOficial está negociando com o Congresso um rombo de 200 bilhões no orçamento de 2023, ou seja, zero compromisso com o equilíbrio fiscal. O resultado será aumento da dívida, inflação e desvalorização do Real. Onde estão os críticos???", escreveu.
Em resposta, a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, reagiu às palavras de Mourão, chamando a afirmação do republicano de "desonesta". Ela lembrou do orçamento secreto, o qual chamou de "farra".
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"Declaração de Mourão é no mínimo desonesta, nem bem acabamos de iniciar a transição e estamos negociando a pauta que interessa ao povo trabalhador. Onde ele estava durante a farra do orçamento secreto e o uso perdulário e ilegal da máquina pública nas eleições?", escreveu a dirigente.