Presa por suspeita de matar o marido e guardar o corpo dele em um freezer em Lacerdópolis (SC), a pedagoga Claudia Fernandes, 40, afirmou que teve uma "sensação de liberdade" após cometer o crime.
"Eu vou agora cumprir minha pena, vou para cadeia, mas eu nunca me senti tão livre. [...] Eu sinto que minha filha está mais segura. Não vai ter ninguém impedindo da gente se ver. Sei que vou parar de apanhar, não sei explicar, mas é uma liberdade", disse, em entrevista ao Canal Beto Ribeiro, no Youtube.
Após prestar depoimento na delegacia quando o homem ainda era considerado desaparecido, ela foi submetida a exame de corpo de delito porque tinha hematomas nos braços, compatíveis com uma agressão.
À reportagem, a defesa de Claudia também reforçou a versão de que a violência doméstica sofrida por ela foi a motivadora do assassinato.
"Ela era uma mulher maltratada física e psicologicamente. Por vezes, até violentada de forma sexual. E que para preservar a própria vida, matou. Hoje ela está se entregando à polícia e possivelmente vai ser presa. Mas ela deixa bem claro: nunca se sentiu tão livre", afirmou o advogado Marco Alencar.
"Vamos colocar todas as circunstâncias para que a juíza da comarca fique sabendo de todo esse cenário de horrores [que ela vivia] e vamos pedir para que a juíza imponha condições para que ela responda esse ato em liberdade", disse outro advogado de Claudia, Claudio Dalledone, ao UOL Notícias.
RELEMBRE CASO
O corpo de Valdemir foi encontrado na noite de sábado (19). Ele estava desaparecido desde a segunda-feira (14), quando não apareceu para trabalhar.
A esposa permitiu a busca -mas não estava lá no momento em que a polícia achou o corpo, se entregando somente na tarde desta segunda (21).
A polícia desconfiou do homicídio diante de versões desencontradas dadas pela esposa e outras informações colhidas com vizinhos.
Oficialmente, a esposa de Hoeckler prestou depoimento na sexta-feira (18), ocasião em que estava com hematomas e marcas de agressão no braço. Questionada sobre a origem dos ferimentos, ela não soube explicar -mas aceitou fazer o exame de corpo de delito, de acordo com o delegado.
Contudo, o eletrodoméstico estava quase cheio -o que chamou a atenção de um vizinho que acompanhava as buscas. Ele relatou à polícia que dias antes esteve na residência e notou que o freezer estava vazio. Em uma vistoria, a polícia achou o corpo de Valdemir.
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